terça-feira, 24 de junho de 2008

High...

Era de um interesse abismal encontrar-se ali.
Depois do medo, ansiedade, e todos os restantes sentimentos que daí advêm, não foi com pródigo alívio que se viu naquele lugar.
De qualquer modo, era cedo demais para isso…
No entanto, naquelas primeiras semanas, onde tudo lhe parecia novo, inexplorado, e ser-se desconhecido era uma verdadeira bênção, ele apercebia-se que, aos poucos, e pela primeira vez em muito tempo, se estava a adaptar.
O mais estranho em toda a situação, era o facto de lidar com pessoas que pouco ou mal conhecia, e o conforto que daí surgia, à medida que lhes mostrava, lenta mas inocentemente, que as primeiras impressões são de se levar tão levianamente como tudo na vida, nunca demasiadamente a sério.
Após 3 anos de introversão, ingenuidade e desconforto, lentamente percebia que aquilo a que aspirava estava mesmo à sua frente, e pela primeira vez em muito tempo, sentiu-se em casa.
Cedo se apercebeu, porém, que não era tão fácil como julgava, e que, não obstante ser um ‘mundo’ diferente, os seus defeitos ainda existiam, ainda se faziam notar, e ainda eram passíveis de suscitar comentário.
Não obstante, a sensação de pertença, aliada à jovial ingenuidade e arrogância com que encarava as situações, causavam-lhe, e iriam futuramente causar-lhe, toda uma série de novos desgostos e preocupações.
No entanto, o bem-estar que sentia no seu novo meio, na sua nova situação de vida, e a generosidade que sentia da parte dos que acabara de conhecer, que o recebiam com uma facilidade que o surpreendia todos os dias, faziam-no sentir-se verdadeiramente feliz.
Não obstante, fases não deixam de ser fases, e no crescimento do meu companheiro, esta foi só mais uma de muitas que lhe levariam a tornar-se na pessoa que se tornaria.
Bem sei que ele não o quereria de outro modo…

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